Criada em 1985 – então com o nome Itinerários Intelectuais e Etnografia do Saber-, esta linha de pesquisa tem se dedicado à formação e à pesquisa com conhecimentos científicos e não científicos, do ponto de vista de seus praticantes, da temporalidade das suas práticas, relações e concepções, e da configuração desses saberes como diferenças. Pioneira em pesquisas com etnografia da ciência e do conhecimento, trajetórias intelectuais, narrativas biográficas e etnográficas, esta linha tem como objetivo a invenção teórica e a experimentação metodológica, promovendo pesquisas não disciplinares com: 1) práticas e experiências que compõem diferentes modos de conhecimento; 2) procedimentos, técnicas, linguagens e materiais envolvidos em seus modos de expressão ou, em sentido amplo, suas grafias.
Esta linha de pesquisa possui interlocução direta com diversos Centros, Núcleos e e Laboratórios de Pesquisa da Unicamp, dentre eles o LA’GRIMA (Laboratório Antropológico de Grafia e Imagem), Labirinto (Laboratório de Estudos Socioantropológicos sobre Tecnologias da Vida) , o LIC (Laboratório de Imagem Científica), o Genecine (Grupo de estudos sobre gêneros cinematográficos e audiovisuais), o Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo) e o NUDECRI (Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade).
Eixos temáticos:
- Conhecimento, experiência e suas grafias: trata-se neste eixo temático de estimular pesquisas que se situem nos seguintes âmbitos: (1) o do estatuto da descrição e das narrativas em diferentes estéticas e combinadas grafias compreendendo (auto)biografias, etnografias, diários, relatos de viagem, coleções e acervos; (2) os dispositivos, narrações, estética e tecnologias de vida e morte.
- Conhecimentos e suas expressões: reflete sobre os modos de percepção, de compreensão e simbolização do mundo e da vida por meio das suas expressões narrativas, ficcionais, não-ficcionais e/ou híbridas, produções em imagem, em som e/ou em audiovisual, bem como realizações no âmbito de novas artemídias.
- Imagens, grafias e formas expressivas: este eixo temático incorpora pesquisas que combinam em seus temas experiências metodológicas capazes de potencializar os modos de conhecimentos. As proposições teóricas e de pesquisa deste eixo situam-se nos desafios conceituais de deslocamento das fronteiras entre a escrita, as imagens, o sonoro e os artefatos sob diversos suportes e/ou linguagens, e na criação de intersecções, montagens e combinações como potencialidades heurísticas e modos expressivos de conhecimento.
- Estudos socioantropológicos sobre as (tecno)ciências: incorpora pesquisas que tenham como enfoque os agenciamentos entre as ciências contemporâneas, suas áreas e temáticas diversas (tecnologias, comunicação, corpo, saúde, ambiente). Problematiza os paradigmas de desenvolvimento e inovação tecnológica no contexto do capitalismo, bem como as práticas sociais diversas que (re)produzem desigualdades sociais em articulação com o Estado e o mercado. As proposições teóricas e políticas desse eixo se inspiram em práticas de produção de um conhecimento situado e comprometido com a descolonização do pensamento e das formas de agir e existir no mundo.
- Artes de viver no Antropoceno: acolhe pesquisas engajadas com novas práticas de pensamento, processos contemporâneos de subjetivação, composições e modos de existência que se afirmam diante do esgotamento do antropocentrismo. Interessa-se pelas materialidades implicadas nas alianças cosmopolíticas e zonas críticas entre mundos humanos, animais, vegetais, minerais, sobrenaturais e digitais - entre artes, ciências, filosofias e tecnologias. Busca trabalhar com pesquisas que promovam encontros entre diferenças, e que exigem das Ciências Sociais a experimentação com novas maneiras de pesquisar, imaginar e escrever.