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Seminário: "Os conflitos por terras no Brasil contemporâneo: índios, sem terras, Estado e latifúndio"

Autor: ifchinfo
IFCH - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Rua Cora Coralina, 100 | Campinas - SP

Seminário: "Os conflitos por terras no Brasil contemporâneo: índios, sem terras, Estado e latifúndio"

até
Sala da Congregação - Prédio da Pós

Seminário: "Os conflitos por terras no Brasil contemporâneo: índios, sem terras, Estado e latifúndio"
Data: 28 de junho de 2017 (quarta-feira)Horário: 14:00hs às 16:00hsLocal: Sala da Congregação - Prédio da Pós-Graduação - IFCH 
 
Debatedores:
Artionka Capiberibe (Departamento de Antropologia/Unicamp)
Dion Monteiro (Doutorado em Ciências Sociais/Unicamp)
 
Moderadora:
Maiane Ribeiro (Mestrado em Antropologia Social/Unicamp) 
 
 
A violência contra povos indígenas e trabalhadores rurais não é algo novo no Brasil, assim como não é novidade a aliança entre Estado e latifúndio neste país. De fato, essa concepção político-econômica está presente desde o início da colonização deste território, em diversos formatos. As “Capitanias Hereditárias”, sistema administrativo criado em 1534 por D. João III, dividindo o território brasileiro em grandes faixas e entregando a particulares, já apresentava este processo. Com o tempo, essa relação foi se “modernizando”, tomando formas do contemporâneo, onde a institucionalização garante os direitos das elites econômicas, e a legalidade não é palavra tão inexorável assim.
Atualmente as politicas econômicas que privilegiam e fortalecem o agronegócio andam juntas com um arcabouço jurídico em atualização regressiva, fragilizando e retirando direitos constitucionais garantidos em 1988. Redução de áreas protegidas, exploração econômica onde antes não poderia ocorrer, expropriação territorial de povos indígenas e comunidades tradicionais, incluindo  trabalhadores rurais, são identificadas o tempo todo nas “casas do povo”, o Congresso Nacional em especial.
Junto a isso vê-se também a modernização da pistolagem. Se antes este “serviço” era feito por indivíduos, os pistoleiros, que eliminavam camponeses, posseiros, religiosos, sindicalistas,  indígenas, e qualquer opositor ao latifúndio em troca de dinheiro, agora os serviços de pistolagem se escondem por trás de “empresas de segurança”, algumas com CNPJ e carteira assinada, verdadeiras milicias com “autorização para matar”. Em outros casos, as próprias forças de segurança do Estado cumprem este papel. O ataque aos índios Gamela no mês de abril, no Maranhão, e o massacre de Pau d'Arco no mês de maio, no Pará, mostram mais uma vez essa lógica perversa e cruel.
 
Objetivos:
- Debater a questão agrária no Brasil contemporâneo;
- Avaliar os elementos que sustentam a explosão de violência contra indígenas e trabalhadores rurais no Brasil, vide os casos recentes no Maranhão e Pará;
- Repercutir os ataques e as chacinas que estão se repetindo no Brasil, como a chacina de Pau d'Arco, ocorrida no mês de maio, no Pará.
 
 
Ao final do evento será apresentado aos participantes um documento (abaixo-assinado), cobrando plena apuração e punição aos responsáveis pela Chacina de Pau d"Arco, ocorrida no mês passado (maio), no Estado do Pará.
Organização: Profa. Dra. Mariana Chaguri e Dion Monteiro (Doutorado em Ciências Sociais/Unicamp)Promoção: Centro de Estudos Rurais – CERES/IFCH/UNICAMP e Programa de Doutorado em Ciências SociaisApoio Técnico: Secretaria de Eventos - IFCH