Pular para o conteúdo principal

Exposição 'Além das barricadas'

Autor: ifchinfo
IFCH - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Rua Cora Coralina, 100 | Campinas - SP

Exposição 'Além das barricadas'

até
Biblioteca 'Octavio Ianni' do IFCH

A Biblioteca 'Octavio Ianni' do IFCH e o Programa de Pós-Graduação em História promovem a exposição Além das barricadas, a partir do dia 8 de agosto, no saguão da biblioteca.
Com curadoria de Gabriel Zacarias, e assistência de Gabrieli Simões, Nerian Macedo e Wilson Orsalino, a exposição traz livros, cartazes e quadrinhos que refletem os acontecimentos sociais de 1968 que agitaram a França.

Cinquenta anos se passaram desde a insurreição parisiense de Maio de 68. Um movimento iniciado por estudantes na periferia de Paris logo tomaria um caráter massivo e radical. Mais uma vez as ruas da capital francesa seriam entrecortadas por barricadas que recordavam as agitações revolucionárias do século precedente, sobretudo o levante popular da Comuna de 1871. 
 
Para além das barricadas, o caráter radical do movimento de maio deve ser buscado em sua dimensão de inflexão histórica, que marca a consolidação de um processo e a abertura de um novo campo de lutas. Hoje é possível perceber a importância que as experiências de vanguarda, como Dada e o surrealismo, tiveram para o levante de maio. Atualizado em versão decididamente politizada pela Internacional situacionista (1957-1972), esse passado serviu a forjar uma nova linguagem da contestação que irrigou daí em diante os movimentos contraculturais.

É o que percebemos nos cartazes e quadrinhos desviados (détournés) da época, que reencontramos nessa exposição. Não apenas isso, a matriz artística ressignificada pelos situacionistas implicou também no fundamental deslocamento do eixo do embate político, que deixou de se restringir às preocupações exclusivamente econômicas. A partir daí, foram as  formas concretas da vida cotidiana que ganharam preeminência. É apenas dentro dessa perspectiva mais ampla que ganha sentido o problema da sexualidade, comumente lembrado quando se fala de 1968.

Não por acaso, o feminismo ganha impulso decisivo no esteio do movimento de maio, como logo em seguida o movimento homossexual. As publicações aqui presentes revelam a estreita afinidade entre esses momentos.
 
A isso se somam os já icônicos cartazes do Atelier Populaire, ateliê de serigrafia instalado na Escola de Belas Artes ocupada pelos estudantes, e que prestou solidariedade aos movimentos grevistas que se alastraram pela França entre maio e junho de 1968 – movimentos marcados pelo crescimento das greves selvagens e a formação de conselhos de fábrica.